quinta-feira, 28 de julho de 2011

União civil gay contraria 55% dos brasileiros, diz pesquisa

JORNAL DO BRASIL ON LINE

Uma maioria de 55% dos brasileiros é contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Mas o tema divide a população: 52% das mulheres são a favor e 63% dos homens são contra.
As opiniões variam muito em função da religião, idade e escolaridade. A pesquisa que revelou os dados foi feita pelo Ibope Inteligência entre 14 e 18 de julho. Foram entrevistados pessoalmente 2 mil brasileiros de todas as regiões, seguindo as cotas de distribuição por idade, sexo e classe de consumo. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Parada gay, no Rio, reúne milhares de pessoas
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A pesquisa também revela que a tolerância cresce com a escolaridade: a aceitação da união entre homossexuais é quase a metade entre quem cursou até a 4ª série do fundamental (32%) em comparação a quem fez faculdade (60%). Efeito semelhante ocorre com classes de consumo. A taxa de rejeição nas classes D e E é 62%, enquanto nas classes A e B, fica em 51%.
Entre os brasileiros do Nordeste e Norte, onde renda e escolaridade são menores, 60% são contra a união. Porém, nada divide mais a opinião dos brasileiros sobre o assunto que a religião. Entre os 60% de brasileiros católicos (50% a 50%) e entre os 12% de ateus/agnósticos (51% de apoio) há um racha de iguais proporções. Entre espíritas e adeptos de outras religiões não cristãs, o apoio ao casamento de pessoas do mesmo sexo chega a 60%.
Quem desequilibra as opiniões são os evangélicos/protestantes. Com peso de 23% no total da população em idade de votar, eles são esmagadoramente contrários à decisão do STF: 77%. Não há pesquisas que revelem a tendência histórica, mas se a maioria dos jovens mantiver seus pontos de vista, a opinião da maioria pode mudar no médio prazo. Isso pode ocorrer se aumentar o grau de educação.

Tribuna do Norte | O atentado de Oslo e o mundo fora de ordem

Tribuna do Norte O atentado de Oslo e o mundo fora de ordem

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O atentado de Oslo e o mundo fora de ordem

Por: Claudio Fernando Ramos (Cacau), Natal-RN 27/07/2011


Podemos mantê-los distantes por um certo tempo (refiro-me aos radicais de direita), mas isso não será possível por um período muito longo. Mesmo porque, os próprios “humanistas”, “liberais” e “democratas” modernos, costumam beber em “fontes” conservadoras quando isso lhes soa conveniente (Maquiavel em sua forma mais pura: “há vícios que se mostram benéficos e virtudes que se mostram perniciosas.”). Alguns acreditam que no fundo, assim como fazem os religiosos de várias denominações, a verdade é uma só, ou seja, “A”, necessariamente, deve ser sempre igual a “A”, porque é impossível que em uma mesma relação e ao mesmo tempo, “A” seja e não seja A. De uma só vez temos aí dois princípios apresentados: o princípio de identidade e o princípio da não-contradição. São óbvios e importantes, quando aplicados nas proposições e postulados de caráter científicos que visem o bem estar das nações, afirmo isso sem relativismos e sem ambivalências. Porém são temerários, quando aplicados nas relações interpessoais. O fato é que eles, os princípios temerários, parecem seduzir somente homens que odeiam mais o virtuoso justo meio de Aristóteles (que se praticado seria o ideal para toda e qualquer sociedade), que os caprichosos e capciosos caminhos dos extremos (nacionalismos, capitalismo-selvagem, comunismo, fundamentalismos...). Quando olho para o outro e concluo que A=A (necessariamente), serei obrigado, por uma questão de mórbida coerência, a concluir que uma terceira via deva ser descartada, ou seja, A é X ou é Y sem que haja uma terceira possibilidade. Esse princípio é denominado pelos pensadores de terceiro excluído, mesmo em um universo com escolhas plurais, só se deve escolher entre duas alternativas: falso ou verdadeiro. Ou você é a favor desse ou daquele, qualquer coisa diferente disso é postar-se em cima do muro, e isso não é aceito.
 Os homens modernos são homens do saber; muitas e rápidas informações. Cada vez mais especialistas, só não se sabe e não se é o que não se quer ser (o difícil é saber quando faço escolhas e quando sou determinado). Já fizemos guerras, dominamos pandemias, inventamos máquinas, ampliamos o conceito de família, criamos replicantes (clones), aumentamos a produção, fomos a Marte... A razão é suficiente. Nesse mundo de cores, formas e cheiros, não devemos nos enganar, tudo é mera impressão, nada é como parece ser. Chorar diante da dor, sorrir por acreditar no amor, isso é nada, somente coisas pequenas... Próprias da infância da humanidade, diria um positivista do século XIX, engodo dos nobres e clérigos, afirmaria um iluminista do século XVIII. Querem que acreditemos que somos vítimas não desse ou daquele indivíduo (a não ser quando isso lhes apraz), mas de um determinismo inexorável que, como vagas vorazes, a tudo arrasta quando em seu caminho. Esses ditadores da causalidade têm em mente o seguinte enunciado: dado A, necessariamente se dará B. E também: dado B, necessariamente houve A.
 Como o “nosso” homem de Oslo é branco e cristão temos uma fatalidade, um simples desequilíbrio, juventude sem regras e controle, nada mais. Pior seria, se o pior acontecesse, ou seja, já pensou se ele fosse de um país do eixo do mal? Se ele fosse árabe? Se ele fosse do islã? Choram-se as perdas, enterram-se os mortos, o equilíbrio se refaz. Afinal o que ele fez hoje, nações fizeram na guerra fria. Qual a diferença de um homem (o presidente de um determinado país) fomentar a implementação de ditaduras militares na América latina (com suas mortes e barbaridades), e um outro tentar (também de forma vil) a criação de um Estado ultra nacionalista? E quanto à Coréia e o Vietnam? Deles não temos mais lembranças?
 Para um estudante de lógica, o que não é o meu caso, esse texto contém alguns poucos mais significativos equívocos. De mim mesmo acho isso muito bom, minha “loucura” momentânea é perfeitamente normal. Se no afã de descrever o que vivencio cotidianamente, por pouco ou por muito, perco a razão, não me desespero; sou corroborado pelo Dr. Frankenstein de todos, à sociedade.  O que os lógicos podem achar desse texto, confesso que em nada difere do que acho do mundo: “Alguma coisa está fora da ordem, fora da nova ordem mundial”.          

Eles venceram

Por Walter Hupsel . 26.07.11 - 16h48
Há algum tempo muitos analistas vêm falando do crescimento da extrema-direita na Europa e no mundo. Eu mesmo já escrevi aqui neste espaço algumas vezes sobre o tema.


O suposto autor do duplo atentado na Noruega, Anders Behring Breivik, que qualificou seu ato de "cruel, mas necessário", colocou na internet um manifesto de 1,5 mil páginas conclamando à violência contra muçulmanos e comunistas. No documento atribuído a Breivik, que registra um planejamento de meses para os ataques, o norueguês alega fazer parte de um pequeno grupo cuja intenção é "tomar o controle político e militar dos países da Europa Ocidental e implementar uma agenda de cultura política conservadora".


Como em todo discurso de ódio, que a caracteriza, a nova extrema-direita precisa encontrar seu inimigo. Se antes este era encarnado nos judeus apátridas, que “vagavam” pela Europa prontos a “pilhar” os recursos dos cristãos, hoje o inimigo atende pelo nome de muçulmano. São seres esquisitos, que às vezes usam uma espécie de turbante, que não acreditam no verdadeiro filho de deus, e que, algumas vezes, interpretam literalmente o que seu deus teria dito através do profeta Maomé.
Este crescimento não é nem tão novidade assim, e tem sua origem no fim do Bloco Soviético. Por um lado, os europeus “ocidentais” se viram ameaçados com aquela massa de pessoas procurando empregos, ansiosos em entrar no modo de vida capitalista. Isso levou a uma depreciação do valor do trabalho. Os novos bárbaros vinham do leste para destruir o sonho da Europa Cristã capitalista.
Por outro lado, os que viviam dentro da cortina de ferro se viram órfãos, jogados num mundo que desconheciam, e por isso temiam. Muito do movimento de completar o círculo e se voltar à extrema-direita foi feita por estes europeus do leste, numa curiosa contradição. Os ocidentais se sentiam invadidos e queriam proteção contra os invasores. Os orientais, novatos no mundo da competição, queriam o mesmo.
Em comum apenas o ódio contra aquele passageiro que chega no ônibus já cheio, cuja presença vai encher ainda mais o veículo, e que, por isso, é visto com desconfiança pelos “nativos”. Estes, os mais recentes, são aqueles que não conseguem ser abarcados pela definição de Europa, os muçulmanos. Os ódios se juntam contra o terceiro.
Mas isso não interessa tanto. Interessa como a mídia repercutiu os atentados na Noruega na semana passada. Todos os veículos “ocidentais”, sem nenhuma exceção, correram para dizer que seriam obras de…. muçulmanos. As razões beiravam a esquizofrenia coletiva: desde a Líbia (com Kadafi relembrando os tempos da PanAm), até mesmo o Acordo de Paz de Oslo, que deveria por fim ao conflito Israel-Palestina, assinado por Yitzhak Rabin (Israel) e Yasser Arafat (OLP), mediado pelo então presidente dos EUA, Bill Clinton.
Os “especialistas”, atônitos com o ocorrido, tentaram, de toda e qualquer maneira, encaixar uma explicação qualquer que remetesse aos muçulmanos. Qualquer coisa, naquele momento, servia a eles, nos seus delírios, nas suas elucubrações. Diria eu que estavam estado de êxtase hipnótico, apontando o dedo rua afora e vendo fantasmas em todos os lugares.
Desde os primeiros momentos já estava claro, pra qualquer pessoa que tentasse entender o que se passava, que o alvo dos atentados não era a Noruega, ou mesmo o governo, mas sim um partido, uma posição política. Era claro, logo, que o atentado fora levado a cabo por razões internas.
O alvo, o modus operandi, tudo indicava solidamente pra nacionalistas noruegueses, para extrema-direita. Mas a mídia olhou, e não viu. Não quis ver.
Quando finalmente enxergou, as características “religiosas” do assassino, do terrorista norueguês, foram esquecidas. Ele tornou-se uma radical louco, um homem perturbado aos olhos dos jornais. Afinal era um de nós.
A mídia, seus intérpretes, seus analistas com doutorado em grandes universidades, especialistas em Relações Internacionais, em terrorismo, compraram acriticamente o discursos da extrema-direita do inimigo da Europa.
Neste quesito, tristemente posso falar: ela venceu. Pautou a mídia, espalhou o medo do outro e, como demonstrou, conquistou mentes.
http://colunistas.yahoo.net/posts/12608.html

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O PROFESSOR FILÓSOFO

Por: Claudio Fernando Ramos (Cacau) 08/07/2011
O mito da caverna é, certamente, a mais famosa das alegorias já narrada em toda a história da filosofia.
De fácil compreensão, flexível e extremamente, “atual’, ela vem passando por diversas adaptações ao longo dos séculos. Aqui, nós nos propomos fazer mais uma releitura do texto platônico.
Há uma caverna, as pessoas no seu interior, por conta de uma série de contingências, só conseguem ver sombras, e essas são tomadas como sendo o real. Livre dos grilhões que a todos prende, um dos habitantes percorre o difícil caminho da saída, lá chegando vê as coisas como de fato são, depois de também  superar os problemas externos, por conta da forte incidência da luz solar ferindo o olhar despreparado . Essa fantástica “saga”  já poderia chegar ao fim com esse feito; porém, essa foi somente a parte mais “fácil”, se assim podemos classificar. Uma vez fora e, por conseguinte, agora  possuidor de uma epistéme (ciência, em grego, se diz assim), surge-lhe o maior dos desafios: retornar; não para lá viver, como quem deseja esquecer o que aprendeu, mas para de lá contribuir melhor  com “rito de passagem” dos que  ficaram.
Tão nobre como o desejo de abandonar o falso é a capacidade de dividir o verdadeiro. Esse fazer tem um nome específico: ensinar. E quem faz isso é o professor. Falo dessa função da forma mais ampla possível, não somente do profissional (a docência em si), mas de todos, que de uma forma ou de outra, têm como objetivo de vida, lançar luz sobre toda e qualquer forma de ignorância, que na perspectiva de Platão é a própria escuridão.
O caminho foi rude para sair da caverna, o retorno não será diferente. Mas o que pode ocorrer nesse retorno? Ironia, desprezo, zombaria, injustiça, apatia... “Conhecimento é poder”, assim sentenciou o filósofo empirista da Inglaterra. Porém, isso não está democraticamente distribuído, só uns poucos têm acesso ao ensino com qualidade. A consequência direta disso é o que se vê no fundo da caverna, a capciosa supremacia de um imperador: o senso comum. Nesse nefando domínio ele não está só, gerou filhos de nomes estranhos, mas bastante conhecidos: achismos, opiniões, pontos de vista, preconceitos, fanatismo, superstições...   Não é possível lembrar o nome de todos, são muitos.
A narrativa platônica tem um desfecho trágico; talvez por que sua intenção tenha sido a de prestar homenagem ao seu grande mestre, sentenciado a morte pelo tribunal grego. Mas isso não implica que essa deva ser a sorte de todos que desejam retornar ao fundo da caverna. É fato que as dificuldades são para todos, porém, o mesmo não deve ser crido sobre o fracasso.
Em um mundo de aparências (o fundo da caverna), infestado de sobras bruxuleantes (as coisas que percebemos com nossos sentidos). Somos prisioneiros de nossas crenças, opiniões e preconceitos (os grilhões que nos prende ao fundo), precisamos não só de educadores especialistas (tanto na forma como no conteúdo), mas de ardorosos mestres, intelectuais humanistas, educadores altruístas, líderes apaixonados e éticos. Para Platão esse profissional tem nome: o filósofo (amante do conhecimento). Para nós ele é somente o simples e majestoso PROFESSOR.   

quinta-feira, 7 de julho de 2011

RAPIDINHAS

Por: Claudio Fernando Ramos (Cacau) 07/07/2011
1- As autoridades “competentes” da cidade maravilhosa finalmente compreenderam que só há economia forte e real se houver segurança. Nesse escopo, a comunidade alocada no Complexo do Alemão receberá hoje um teleférico, único nesse gênero no país, que não só melhorará a vida dos que ali residem, mas trará, necessariamente, as seguintes transformações: dignidade, investimentos e, por que não sonhar? Turismo. Tudo isso é ótimo, mas como diz uma gíria tipicamente carioca: demorou!
Complexo do Alemão-RJ

2- Ontem teve início mais uma Feira Internacional do Livro, na lindíssima Parati-RJ (sul do estado). A cantora Elza Soares prestou uma linda homenagem cantada ao escritor modernista Oswald de Andrade. Aproveite às férias com samba, literatura e poesia. Se não podemos ir lá, façamos isso aqui.







Elza Soares, homenagem ao genial Oswald.
3- Ontem, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, tivemos mais uma edição dos melhores da música em nosso país. O grande homenageado da noite foi o insuperável Noel Rosa. Só é lamentável o fato de que coisas como essas só ocorram no centro sul do país e cercanias. Quanto a nós, que vivemos na parte norte, temos que nos contentar com os “sucessos” enlatados da grande mídia. O velho e bom samba, cada vez mais elitizado, quanto aos mortais, basta os pagodinhos feito pelos que choram muito, como sempre, mas não dizem nada.  


Artistas e famosos no melhor da MPB.