terça-feira, 7 de agosto de 2012

Podres Poderes


Por: Claudio Fernando Ramos  Natal-RN, agosto - 2012

                                     Sem poder algum, passando férias na Redinha 2012, Natal-RN

Fico a me perguntar: por que as pessoas querem cargos político (vereadores (as) e prefeitos (as))?  Seria por uma questão de altruísmo, consciência cívica ou seria por conta das benesses e da famigerada paixão pelo poder? Desde muito cedo aprendi que homens de poder só desejam uma coisa na vida: mais poder. Minha digressão me conduz a seguinte questão: se ser político não fosse uma questão de profissão no Brasil (há políticos nesse país que já estão elegendo os seus bisnetos, sendo que eles mesmo ainda vogam poderosos por aí; e que ninguém me venha dizer que isso fica por conta da ética, eficiência e justiça dos mesmos) e nem houvesse tantas mordomias para essa casta de verdadeiros vampiros do povo, será que alguém seria candidato a alguma coisa? Servir a nação, recebendo por isso o necessário, tanto em poder quanto em salário, para o exercício daquele mandato? Duvido muito! Mesmo antes da chagada da Família Real em terras tupiniquins, que só fez institucionalizar o que já era prática corrente, os conchavos grassam por aqui. Dezenas de câmaras, Brasil a fora, terão seus efetivos aumentados a partir desse mandato, o município de Natal faz parte desse retrocesso (de 13 vereadores para 21, salvo engano). Médicos, advogados, professores, militares, empresários (principalmente os da comunicação),  líderes comunitários etc., munidos com discursos corporativistas, intitulam-se paladinos dos desvalidos: sem teto, sem vestes, sem víveres, sem vez, sem voz.


O orgulho e prepotência dos que "lideram" (algozes) em face da impotente e inútil subserviência dos que obedecem (desvalidos). Contra esse estado de coisa não há argumento que logre êxito, ao passo que, a favor dessas inclinações, não faltam fatos e circunstâncias que as justifiquem o tempo todo, em todas as gerações. Para o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) a exploração do homem (operário/proletariado) teve início nos lares, ou seja, na exploração da mulher pelo homem. Nesse caso nem a religião pode nos salvar, uma vez que nesse particular, ela (também contaminada) é quem necessita de remissão. Cacau ":¬)


Concluo, melancolicamente, que por mais que escreva sobre esses fatos, pouco, muito pouco mesmo, pode ser feito. Como disse uma vez o cantor e compositor Roberto Carlos: “[...] um estado de coisa tão grande que move uma vida [...]”, nesse caso em questão, eu diria milhares de vida, e o que é pior, movidas para o úmido e escuro abismo do abandono. Cacau “:¬)            

2 comentários:

  1. Ótimo, texto... realmente se não fosse pelas mordomias impostas por eles mesmos à si mesmos, não haveria tanta concorrência(ou nem haveria concorrência) para esse tipo de "emprego".

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    1. Como disse um sábio humorista, já falecido, desse país: "não tenho a obrigação de mudar nada nesse mundo , mas é meu dever denunciar tudo." Chico Anísio

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