Texto Norteador da Palestra Proferida no Complexo Educacional HC/ED.
Por: Claudio Fernando Ramos, 25/09/2013. Cacau “:¬)
Alexandre Magno, imperador grego.
Por: Claudio Fernando Ramos, 25/09/2013. Cacau “:¬)
Imagem do filme: Tempos Modernos.
A vida virtual, mais especificamente as redes sociais, tornou-se lugar público. Na antiga Grécia esse local era conhecido como ágora (praça), ali os cidadãos exerciam livremente sua cidadania em meio ao sistema político conhecido como democracia. Esse sistema os igualava, na medida em que alguns caríssimos direitos eram-lhes assegurados: eram iguais diante da lei (isonomia); todos possuíam igual direito à fala (isegoria); o poder era uma cadeira vaga (isocracia). Com a gradual superação do discurso mítico, o destino saiu do domínio dos deuses e passou a fazer parte, progressivamente, das prerrogativas humanas. Na ágora, era o homem quem governava o seu próprio destino!
Ágora: praça pública da antiga Grécia.
Porém, na medida em que as póleis deixaram de existir, por conta do domínio macedônio, o cidadão de outrora, tornou-se súdito; o político da pólis, tornou-se o cosmopolita do mundo; a democracia direta, tornou-se império de um só. Impotente diante dos novos rumos políticos, econômicos e sociais, restou a esse homem recolher-se a sua “insignificância” interior.
Alexandre Magno, imperador grego.
Magoado, calado e preterido, esse homem até tentou falar algumas vezes: nas escolas e depois nas universidades, produtos do “Renascimento Carolíngio”, no antropocentrismo do Renascimento Italiano, no racionalismo do Iluminismo, no grito dos Zumbis nos Quilombos, na esperança da fria Primavera de Praga... Dessas vozes restaram apenas ecos.
Negros defendendo um Quilombo.
Herdeiro dessas vozes silenciadas, o homem do agora agoniza em meio as suas posses. Esse homem é:
Possuidor de um voto que vota, mas que não voga. Deixando tudo sempre qual e tal como estava.
Detentor de uma voz, que por vezes grita, mas que por ninguém é ouvida. Diariamente é obrigado a provar da infame apatia dos donos do poder.
Cônscio de uma consciência necessária, porém desprezada. A competição, filha mais velha do sistema capitalista, rouba a dignidade alheia, deixando em seu lugar o opróbrio disfarçado de sonho (Um dia eu chega lá!).
Crente nas dogmáticas e eternas verdades da vida; porém, não pode negar que nem mesmo essas verdades têm podido “salvar” a vida, salvá-la de uma senda perigosa, solitária e desassistida...
Ao longo dos séculos, podemos até ter perdido muito daquilo que nos é próprio, mas ainda permanece muito vivo em cada um de nós, o irresistível desejo de agir e interagir; de ser e acontecer; de falar e ouvir; de opinar, mudar e transformar...
As redes sociais são, por excelência, os espaços mais que adequados para se apropriar dessas qualidades perdidas. Nelas podemos permitir a manifestação desse homem, há muito silenciado por força do arbítrio. O problema está em como fazer isso!
O "progresso" humano.
Santo Agostinho, filósofo da Patrística, tentou conciliar dois princípios teoricamente antagônicos, fé e razão. Essa problemática atravessou séculos, indo para muito além de sua época. Hoje, a reboque das ficções hollywoodianas, o homem tenta viver e conviver com as máquinas. De longe, já se sabe que não será uma relação fácil. Homem e máquina se revezam na arte de governar, gerir, controlar. Esse revezamento, por vezes, dificulta à necessária e, mais que urgente, distinção sobre quem é a Criatura e quem é o Criador.
Líderes católico.
Feito isso, esse novo e fantástico espaço (Internet) tornar-se-á uma evolução da ágora grega, e nele, o homem tornará, como na Antiguidade Clássica, a ser senhor do próprio destino. Cacau ":¬)
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