Por: Claudio Fernando Ramos, 13/08/2013. Cacau “:¬)
Segundo o filósofo Epicuro de Samos, nós homens possuímos três grandes temores: tememos a dor, tememos a morte e tememos a Deus. Para o pensador grego, de toda dor não se colhe apenas pesar; quanto à morte, ela só está quando não estamos, se estamos, portanto, ela é que não está; e, com relação à divindade, ela não se intromete em questões pontuais dos humanos. Se tudo isso procede ou não, lá vai uma vida de discussões. Temos por certo que: as nossas certezas são dúvidas arrogantes, ao passo que as nossas verdades são suposições idiotizadas. Alguém disse que a fé não move montanhas, mas sim, coloca uma onde antes nada havia. Faz sentido! Principalmente em se tratando de um ateu. Ninguém jamais testemunhou a transposição de uma montanha! Talvez não fosse essa a intenção dos autores das Sagradas Escrituras.
A ciência nos põe no chão, a exemplo de Aristóteles e seu empirismo; a religião nos lança às nuvens, semelhantemente ao mundo ideal de Platão; o senso comum nos faz olhar, pensar e afirmar a partir do nosso Eu mais profundo; a intuição, com o ímpeto de uma rústica catapulta, nos projeta para frente, lançando-nos por sobre o presente, antecipando-nos, em muito, o futuro. Porém, só a dúvida, com ou sem companhia (ciência, religião, intuição, senso comum), possui a capacidade de nos manter lineares; presente, por ter tido um passado; futuro, por possuir um presente; descobridor, porque ousa, sem titubear, duvidar das próprias certezas.
Por isso, pelo bem de toda e qualquer forma de verdade, tanto das absolutas quanto das relativas, que Deus nos livre sempre dos Donos das certezas, porque com os Propagadores da dúvida, nós, mais cedo ou mais tarde, haveremos de nos entender.
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