Por: Claudio Fernando Ramos, 21/04/2014. Cacau ":¬)
O homem é um ser de linguagens,
O pensamento carece de interlocutores e
O verdadeiro conhecimento nasce do diálogo.
Durante algum tempo, nós, na condição de docentes e,
inevitavelmente, eternos alunos, temos concitado as pessoas, principalmente os
jovens, a enveredarem nessa fantástica experiência que é o mundo da literatura.
Alguns jovens, sempre poucos, mas significativos, têm comprado essa ideia. Algumas
vezes encontramos, com grata surpresa, alguns dos discentes lendo livros nos
intervalos das aulas (recreio ou trocas de professores). É desnecessário aqui elencar
os muitos benefícios que essa atitude produz na vida do indivíduo, da família,
da escola e, por fim, de toda a sociedade.
Em um mundo onde muitos se contentam em receber mais do
mesmo, a banalização do essencial tornasse inevitável. Uma verdadeira epidemia!
Ignora-se total e completamente a própria história, limites pessoais e também o
de toda alteridade. Sem nenhuma pretensão metafísica, podemos garantir que a
grande maioria das pessoas não possuem meios para saber por que, como ou para
onde caminham. A nação mais parece uma grande favela onde homens com pouco
escrúpulo e sem nenhum compromisso, engravidam mulheres sensuais, maltratadas, carentes
e apaixonadas. Ou assemelha-se, quem sabe, a um elegante bairro da alta classe
média, onde os seus moradores vivem embevecidos pela vista paradisíaca que
possuem, e que só o dinheiro pode comprar; cinicamente esquecendo que o
conforto e riqueza de uns poucos, em detrimento da miséria da maioria, só
poderá produzir a infelicidade de todos. Alguém disse um dia: “Se a sociedade
organizada, não pode fazer nada para ajudar os muitos que são pobres, tão pouco
poderá fazer algo para salvar os poucos que são ricos.” O rio que poluímos é o
da mesma água que todos bebem!
Os mais velhos, com todas as suas riquezas empíricas,
devem, de uma forma natural e evolutiva, ser superados (tese, antítese e
síntese), nunca desprezados. Se a desvalorização do professor produz uma
inexorável nação de semi-asnos; a indiferença para com os mais idosos só
redundará em extremo egocentrismo. A juventude possui uma arrogância endêmica
que só os anos podem curar; mas como isso poderá ser se os mais velhos, que muito
têm para ofertar, estão impedidos de falar?
Os mercadores de sonhos, nesse caso, não nos referimos
aos livros, mas sim aos oportunistas que sempre optam por nunca escolher nenhum
dos lados, uma vez que essa decisão revelaria a todos suas fragilidades e
covardias cotidianas, vendem por um preço muito barato, tornando acessível a
todos quanto queiram, uma falsa liberdade. Pode-se tudo, se aceita tudo, o céu
é o limite! É proibido proibir! Mas se fazemos tudo o que queremos, na hora em
que queremos, do jeito que queremos, por que as frustrações nunca cessam? A
verdadeira liberdade, enquanto conceito, pode até ser pensada separadamente,
mas na prática, assim como quase tudo, ela não resiste a nenhuma espécie de isolamento.
Assim como não existe escolha sem opções, não existe liberdade sem
responsabilidade.
O homem é um ser contingenciado, por isso repleto de
necessidades, todos sabem disso. Mas quais dessas incontáveis necessidades são
de fato necessárias? Lidar diariamente com essa demanda reprimida ou largamente
exercida gera desumanização. A literatura, assim como a arte do fármaco, não
garante a cura total e definitiva dos males da vida, mas contribui para que a
vida, enquanto existência, ou seja, não só do ponto de vista biológico, seja
menos sofrível.
O Clube do Livro informa que: no mês de maio (2014)
teremos o nosso primeiro encontro nas dependências do CDF – Colégio e Curso
(unidade zona norte). Em breve notificaremos, aos interessados, o dia (será em
um sábado à tarde) e a hora. Na ocasião faremos uma breve homenagem ao grande
escritor colombiano G. G. Márquez (comentaremos sua famosa ficção: Cem Anos de
Solidão). Portanto, deixe que um livro te encontre e em seguida, encontre-se
conosco. Até breve. Cacau “:¬)