quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Nietzsche(1844-1900)




Apolíneo e dionisíaco
- Nietzsche critica a tradição da filosofia ocidental a partir de Sócrates, a quem acusa de ter negado a intuição criadora da filosofia anterior, pré-socrática.

- O filósofo alemão, estabelece a distinção entre dois princípios: o apolíneo e o dionisíaco, a partir, respectivamente, dos deuses gregos Apolo (deus da razão, da clareza, da ordem) e Dioniso (deus da aventura, da música, da fantasia, da desordem).

- Esses dois princípios ou dimensões complementares da realidade – o apolíneo e o dionisíaco – foram separados na Grécia socrática, que, optando pelo culto à razão, secou a seiva criadora da filosofia, contida na dimensão dionisíaca.

A transvaloração dos valores
- Nietzsche orienta-se no sentido de recuperar as forças vitais, instintivas, subjugadas pela razão durante séculos.

- Para tanto, critica Sócrates por ter sido o primeiro a encaminhar a reflexão moral em direção ao controle racional das paixões.

- Segundo ele, a tendência de desconfiança nos instintos culmina com o cristianismo, que acelera a domesticação do ser humano.

- Em diversas obras, como Sobre a genealogia da moral, Para além do bem e do mal e Crepúsculo dos ídolos, em estilo apaixonado e mordaz, Nietzsche faz a análise histórica da moral e denuncia a incompatibilidade entre esta e a vida.

- Sob o domínio da moral, o ser humano se enfraquece, tornando-se doentio e culpado.

- Nietzsche relembra a Grécia homérica, do tempo das epopeias e das tragédias, momento em que predominavam o que para ele eram os verdadeiros valores aristocráticos, quando a virtude reside na força e na potência, como atributo do guerreiro belo e bom, amado dos deuses.

- Segundo Homero, entre inimigos não há bom ou mau, porque ambos são valorosos.

- Ao fazer a crítica da moral tradicional, Nietzsche preconiza a “transvaloração de todos os valores”. Diz Scarlett Marton:

A noção nietzschiana de valor opera uma subversão crítica: ela põe de imediato a questão do valor dos valores e esta, ao ser coloca, levanta a pergunta pela criação dos valores. Se até agora não se pôs em causa o valor dos valores “bem” e “mal”, é porque se supôs que existiram desde sempre; instituídos num além, encontravam legitimidade num mundo suprassensível. No entanto, uma vez questionados, revelam-se apenas “humanos, demasiado humanos”; em algum momento e em algum lugar, simplesmente foram criados”.

A genealogia da moral
- Se os valores não existiram desde sempre, mas foram criados, Nietzsche propõe a genealogia como método de investigação sobre a origem deles.

- Mostra assim as lacunas, o que não foi dito ou foi recalcado, permitindo que alguns valores predominassem sobre outros, tornando-se conceitos abstratos e inquestionáveis.

- Pela genealogia Nietzsche descobre que os instintos vitais foram submetidos e degeneraram.

- Procura então ressaltar aqueles valores comprometidos com o “querer-viver”.

- Denuncia a falsa moral, “decadente”, “de rebanho”, “de escravos”, cujos valores seriam a bondade, a humildade, a piedade e o amor ao próximo.

- Distingue então a moral de escravos e a moral de senhores:

a) A moral de escravos.
- A moral de escravos é herdeira do pensamento:
·         socrático-platônico – que provoca a ruptura entre o trágico e o racional.

·         tradição judaico-cristã, da qual deriva a moral decadente, porque baseada na tentativa de subjugação dos instintos pela razão.

- O homem-fera, animal de rapina, é transformado em animal doméstico ou cordeiro.

- A moral plebéia estabelece um sistema de juízos que considera o bem e o mal valores metafísicos transcendentes, isto é, independentes da situação concreta (histórica) vivida.

- A moral de escravos nega os valores vitais e resulta na passividade, na procura da paz e do repouso.

- O indivíduo se enfraquece e tem diminuída sua potência.

- A alegria é transformada em ódio à vida, o ódio dos impotentes.

- A conduta humana, orientada pelo ideal ascético, torna-se vítima do ressentimento e da má consciência – o sentimento de culpa.

- O ressentimento nasce da fraqueza e é nocivo ao fraco.

- O indivíduo ressentido, incapaz de esquecer, é como o dispéptico (que digere mal os alimentos – no texto significa o ressentido “remói” o seu fracasso): fica “envenenado” pela sua inveja e impotência de vingança.

- Ao contrário, o indivíduo nobre sabe “digerir” suas experiências, e esquecer é uma das condições de manter-se saudável.

- O sentimento de culpa é o ressentimento voltado contra si mesmo, daí fazendo nascer a noção de pecado, que inibe a ação.

- O ideal ascético nega a alegria da vida e coloca a mortificação como meio para alcançar a outra vida num mundo superior, do além.

- As práticas de altruísmo destroem o amor de si, domesticando os instintos e produzindo gerações de fracos.

b) A moral de senhores.
- A moral “de senhores” é a moral positiva que visa à conservação da vida e dos seus instintos fundamentais.

- É positiva porque baseada no sim à vida, e configura-se sob o signo da plenitude, do acréscimo.

- Funda-se na capacidade de criação, de invenção, cujo resultado é a alegria, consequência da afirmação da potência.

- O indivíduo que consegue se superar é o que atingiu o além-do-homem.

- O sujeito além-do-homem é aquele que consegue reavaliar os valores, desprezar os que o diminuem e criar outros que estejam comprometidos com a vida.

- Assim diz Roberto Machado:
É por isso que contra o enfraquecimento do homem, contra a transformação de fortes em fracos – tema constante da reflexão nietzschiana – é necessário assumir uma perspectiva além de bem e mal, isto é, “além da moral”. Mas, por outro lado, para além de bem e mal não significa para além de bom e mau. A dimensão das forças, dos instintos, da vontade de potência permanece fundamental. “O que é bom? Tudo que intensifica no homem o sentimento de potência, a vontade de potência, a própria potência. O que é mau? Tudo que provém da fraqueza”.

A vontade de potência.
Com o que foi exposto, talvez se pense que Nietzsche chega ao extremo individualismo e amoralismo. Muitos inclusive o chamaram de niilista, para acusá-lo de não acreditar em nada e negar os valores, o que não faz jus ao seu pensamento. Ao contrário, o filósofo atribuía o niilismo (significa nada) à moral decadente dos valores tradicionais, que acomodaram o ser humano na mediocridade que tudo uniformiza.

- Destruir esses valores é a condição para que possam nascer os valores novos do além–do-homem, o que só pode ser alcançado pela “vontade de poder”.

- Também essa expressão leva a confusões: não se trata de poder que domina os outros, mas das forças vitais recuperadas pelo indivíduo dentro de si “num dionisíaco dizer-sim ao mundo” e que se encontravam entorpecidas.

- Nesse sentido, o poder é virtude no sentido de força, vigor, capacidade. Portanto, virtude é autorrealização.

- Se essa moral valoriza a individualidade, o faz tanto para si como para os outros, pois cada um pode ser ele mesmo.

Niilismo.
Segundo a análise de Nietzsche, no momento em que o cristianismo deixou de ser a “única verdade” para se tornar uma das interpretações possíveis do mundo, toda a civilização ocidental e seus valores absolutos também foram postos em xeque.

- Nesse contexto, ocorre uma escalada do niilismo, que “deve ser entendido como um sentimento opressivo e difuso, próprio às fases agudas de ocaso de uma cultura.

- O niilismo seria a expressão afetiva e intelectual da decadência.

- O niilismo moderno apontado por Nietzsche assenta-se, em grande parte, na ideia da “morte de Deus”.
- Em sua obra Gaia ciência, o filósofo decreta que “Deus está morto”, mas esclarece que quem o matou fomos nós mesmos, ou seja, trata-se de um acontecimento cultural.

- Desse modo, teríamos destruído os fundamentos transcendentais (assentados em Deus) dos valores mais caros de nossas vidas.

- Assim, por meio do niilismo:
[...] o homem moderno vivencia a perda de sentido dos valores superiores de nossa cultura.

- Por essa ótica, niilismo seria o sentimento coletivo de que nossos sistemas tradicionais de valoração, tanto no plano do conhecimento quanto no ético-religioso, ou sociopolítico, ficaram sem consistência e já não podem mais atuar como instâncias doadores de sentido e fundamento para o conhecimento e a ação.

- Apesar desse niilismo em relação aos valores consagrados da civilização, Nietzsche defendeu também valores afirmativos da vida, capazes de expandir as energias latentes em nós.

- “Ouse conquistar a si mesmo” talvez seja a grande indicação nietzschiana àqueles que buscam viver a “liberdade da razão”, sem conformismo, resignação ou submissão.

Fonte: Filosofando: introdução à Filosofia e Fundamentos de Filosofia.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

FILOSOFIA COMENTADA



FRANCIS BACON, HELENISMO E SÓCRATES

 Na sua busca pelo conhecimento verdadeiro, Francis Bacon desenvolveu a crítica dos ídolos. Esses ídolos correspondem a imagens que impedem o conhecimento da verdade, podendo ser de quatro tipos: os ídolos da caverna, ídolos do fórum, ídolos do teatro e ídolos da tribo. Em seu texto Novum Organum, Bacon explica o que são os ídolos da caverna.

Francis Bacon elaborou a teoria “Crítica os Ídolos” que tinham por objetivo desconstruir as imagens que formam nos seres humanos opiniões cristalizadas e cheias de preconceito deste modo, será possível aplicar na razão a experiência, neste caso, o método indutivo infere de dados universais argumentações a partir de dados singulares como uma porção de água que ferve a cem graus, e outra, e mais aquela, logo, a água ferve a cem graus.

Francis Bacon procura modificar a forma como o homem se relaciona com a natureza. Outro pensador relevante para o período foi Galileu Galilei, justamente por questionar os postulados da física aristotélica.

 Francis Bacon é um dos principais expoentes do empirismo, enquanto que Descartes é o principal representante do racionalismo. Ambos desenvolveram métodos científicos, mas que partem de concepções epistemológicas bastante distintas. Enquanto Bacon enxerga na experiência a origem do conhecimento, Descartes considera que somente a partir da Razão pode-se conhecer alguma coisa verdadeiramente.

Francis Bacon foi um defensor do método indutivo e empirista em Ciência. Segundo ele, a ciência deve partir de fatos concretos para que se possa chegar às generalizações, que correspondem às formas gerais das leis e causas. Desta maneira, o homem age como intérprete da natureza, conhecendo-a e dominando-a, extraindo dela conhecimentos necessários para seu próprio proveito.

Francis Bacon segue a tradição empirista inglesa que remonta Roger Bacon (século XIII) realçando a significação histórica da ciência e do papel que ela poderia desempenhar na vida da humanidade. Seu lema, muito conhecido, “saber é poder” mostra como ele procura, bem no espírito da nova ciência, não um saber contemplativo, desinteressado, que não tenham um fim em si, mas um saber instrumental, que possibilite a dominação da natureza como fez a Revolução Industrial que superou a manufatura pelas maquinofatura (chamadas hoje de indústria) substituindo o trabalho manual pelas máquinas.

 “Ciência e poder do homem coincidem”. Isso está claramente expresso na filosofia de Bacon;  a respeito da relação entre o conhecimento e o poder. O filósofo, nesta concepção, define o saber como algo prático, como um domínio do homem sobre as coisas.

Francis Bacon foi um dos fundadores do método científico moderno. Sua máxima “saber é poder” revela a visão de que o conhecimento da natureza é também uma forma de poder sobre ela. A necessária passagem do particular para o geral, no método científico, se daria por meio da experimentação.

Francis Bacon é considerado um dos fundadores da ciência moderna no período que marca a passagem do pensamento escolástico para o moderno. Bacon demonstra seu desejo por um método que procura valorizar a experiência, de acordo com leis seguras e de forma constante. O filósofo apresenta uma visão que relaciona de forma adequada ciência, conhecimento e experimentação.


Sobre o helenismo, Marilena Chaui afirma: “Nesse longo período, que já alcança Roma e o pensamento dos primeiros Padres da Igreja, a Filosofia se ocupa sobretudo com as questões da ética, do conhecimento humano e das relações entre o homem e a Natureza e de ambos com Deus”.
(Chaui, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 9ª ed. 1997, p. 34.)

O epicurismo é muito conhecido como a filosofia da amizade. Por considerar como um bem a procura por prazeres, o epicurismo é muitas vezes considerado como uma manifestação filosófica hedonista. O estoicismo se relaciona com o estado de apathea (apatia), considerado como um estado de indiferença em relação às emoções e paixões. O ceticismo se relaciona com uma moral que questiona a metafísica. Por fim, cinismo pode ser considerado como uma corrente de síntese filosófica. A expressão maior desse modelo de pensamento é “O natural é público”.

À busca pelas “volúpias mais deliciosas”, quanto à fuga dos prazeres que conduzem à dor. Essa visão se aproxima justamente ao epicurismo, que defende tanto a busca dos prazeres, quanto a rejeição das dores mais intensas.

Filosofia cosmopolita: nesse período, a filosofia enraizava-se no platonismo e no aristotelismo, procurava encontrar a felicidade mediante a atividade racional sobre a natureza e  valorizar os problemas lógicos, físicos e éticos.

A ética estoica é enunciada de acordo com a física, quer dizer, dado que o estoicismo constrói uma física da causalidade necessária (as leis da natureza são necessárias e de certo evento ocorrerá uma consequência inevitável), a ética lida com a ideia de destino e, por conseguinte, não há contingência caso um evento seja, e se faça, sempre verdadeiro. Isto estabelecido, temos:
“De acordo com Diógenes de Laércio, os estoicos distinguiam na ética, enquanto parte da filosofia, “lugares” ou objetos de estudos: o impulso ou tendência, hormé; os bens e males; as paixões, páthé; a virtude, areté; o sumo bem, télos; as ações; as condutas conveniente, kathekonta; e o que convém aconselhar ou impedir. A ética é elaborada em dois movimentos: um que vai da psicologia da tendência aos valores (bem e mal) que orientam positiva ou negativamente as ações, passa pelas perturbações que podem afetá-las (paixões) e chega à perfeição (virtude, bem) e às especificações concretas ações morais (convenientes); e outro, que vai do ideal do sábio às especificações concretas de conduta e à pedagogia moral.
Toda ação ética é orientada por um fim único (télos), em vista do qual todo o resto é meio ou fim parcial. O fim último é a felicidade (eudaimonía) daquele que vive bem porque realiza plenamente sua natureza. Os estoicos consideram que a virtude basta para a felicidade, da qual ela é a causa, mas não é ela o télos ou o sumo bem, que é viver em conformidade (homología) com a natureza, isto é, consigo mesmo e com o mundo. A infelicidade, portanto, é o desacordo ou o conflito consigo mesmo e com a natureza”.
(M. Chaui. Introdução à história da filosofia: as escolas helenísticas, vol. II. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 156)

O ponto de partida da filosofia socrática não é a afirmação “sei que nada sei”, mas sim a palavra do oráculo de Delfos (dedicado a Apolo) que afirmou para Sócrates ser ele o homem mais sábio de todos. Sócrates não duvidou da palavra do Deus e partiu em busca da compreensão das palavras divinas. Interrogando outras pessoas, Sócrates percebeu que apesar de ele não possuir conhecimento sobre as coisas, possuía conhecimento sobre sua própria ignorância, algo que todos os outros homens não possuíam. A ignorância sobre o que significava a palavra divina o fez ir atrás do conhecimento sobre si mesmo. 

Não é correto afirmar que Sócrates ministrava aulas com a finalidade de transmissão dos seus conhecimentos, pois como é sabido o filósofo se gabava de ser um parteiro de ideias (cf. Teeteto). Isso nos leva necessariamente à consideração de que o conhecimento era do interlocutor e o seu trabalho consistia em fazer isto ser concebido. Esta afirmação: “a busca pela essência do bem está vinculada a uma visão antropocêntrica da filosofia”, necessita de referência precisa, pois há uma mistura de termos antigos e modernos que cria um anacronismo inaceitável. Todavia, até onde conseguimos percebemos, a intenção da frase é ressaltar que os pré-socráticos mantinham pesquisas preocupadas com o conhecimento da natureza, enquanto Sócrates possuía como grande tema o conhecimento de si. Essa noção é parcialmente verdadeira, pois nem os pré-socráticos eram simplesmente preocupados com o “mundo objetivo”, nem Sócrates era simplesmente preocupado com o “mundo subjetivo”. A natureza, o cosmos, possui enorme importância para a filosofia desenvolvida por Platão; podemos observar isso na leitura da República (Livro VI, por exemplo).

O lema da filosofia socrática é: conheça-te a ti mesmo; e como o próprio Sócrates diz na sua Apologia: “a vida sem inspeção não vale a pena ser vivida pelo homem”. Seguindo esse lema e essas palavras, podemos dizer que o pensamento de Sócrates se desenvolve como uma investigação metódica cuja única finalidade é esclarecer através deste exame minucioso a ignorância daquele que diz saber sem, todavia, saber realmente. O segredo dessa investigação metódica (a dialética) de Sócrates está no conceito de ironia que garante para cada interlocutor um discurso particular a respeito das suas suposições sobre seu próprio conhecimento. Por esse discurso, o filósofo esclarece seu interlocutor sobre sua ignorância e o faz assumir, ou pelo menos considerar a possibilidade de uma postura distinta da inicial, mais elevada, mais sábia e, portanto, capaz de se reconhecer a si mesmo.

O pensamento socrático está escrito em grego, língua dos filósofos do período. Sócrates criticou sim o saber dogmático. Ele o fez através da sua prática de indagar as pessoas a respeito de suas certezas. Sendo assim, as afirmativas falsas são a primeira, a segunda e a quarta.

O surgimento da filosofia só foi possível graças às transformações sociais e econômicas ocorridas na Grécia, permitindo o surgimento dessa nova modalidade de conhecimento, dito filosófico. Filosofia significa uma atitude crítica frente ao mundo e que não se contenta com os conhecimentos aparentes. Desta forma, o filósofo cria conceitos que o ajudam a chegar mais perto da verdade, ainda que não tenha qualquer garantia que irá conseguir chegar a ela ou não.

domingo, 14 de setembro de 2014

OS LOBOS DO PODER


Há políticos e partidos que nunca receberam, nem nunca receberão o meu voto! O RN, Estado caracterizado pelas oligarquias que desde a Ditadura Militar (e até antes) se revezam no exercício do poder, é um exemplo de atraso ...político! As cidades (Natal, São Gonçalo do Amarante, Extremoz...), o turismo, a segurança e, principalmente, a educação (penúltimo colocado no ENADE) sofrem sob a égide dos donos do poder. Esse ano não tenho um candidato (a) ainda, mas já sei em quem não vou votar! Sempre soube! É bem verdade que esses fatos (aqui elencados) não dizem respeito só ao RN (são nacionais); mas como é aqui que vivo, é sobre aqui que falo! Esse vídeo, feito quando a atual Presidenta ainda era Ministra do Governo Lula, demonstra bem a mentalidade medíocre de determinados oligarcas locais. Muitos que hoje se dizem democratas (não me refiro, necessariamente, ao partido político com o mesmo nome) ontem tiravam sorridentes fotos ao lado dos algozes nacionais (ARENA). Trechos do vídeo: "Qualquer comparação entre a Ditadura Militar e a democracia brasileira só pode partir de quem não dá valor a democracia brasileira..."; "Diante da tortura, quem tem coragem e dignidade fala mentira..." Cacau ":¬)

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

ÉTICA: Kant versus Aristóteles



Por: Claudio Fernando Ramos 11/09/2014. Cacau “:¬)


Ética Teleológica ou Deontológica?

·         Ética deontológica (Kant) - valoriza a intenção da ação, de acordo com o dever, independentemente das consequências.
·         Deontologia significa “teoria do dever” ou “estudo do que convém”, em termos de ação.
·         Agir por dever e em função de uma boa intenção são os princípios que determinam a boa ação.
·         Agir bem implica uma boa intenção e uma boa vontade.
·         A ação é boa se a intenção (razão ou motivo) for boa e se ela for pensada como boa vontade, ou seja, se for universal.
·         Será universal se o que decidirmos for bom para nós próprios e para os outros (todos).
·         Se não for uma ação egoísta ou só pensada em função de mim próprio terá uma dimensão ética, de maneira que, como diz KANT: “age de tal maneira que uses a humanidade tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro sempre como um fim e nunca simplesmente como um meio”.
·         Devemos tratar os outros como nos tratamos a nós próprios; assim se compreende a dimensão universal dos nossos atos, defendida por KANT.
·         Por isso se diz que a ética de KANT é uma Ética Formal: não indica normas concretas de conduta, mas dá indicações gerais de como devemos agir com os outros.
·         Não diz como em concreto devemos fazer para tratar os outros como “fins em si”, do tipo, como fazer para a velhinha passar a estrada, mas, em geral, sugere posturas universais aplicáveis a todas as situações (devemos tratar os outros como pessoas que têm valor por si próprias e que nunca devemos usar para nosso benefício).

·         ÉTICA TELEOLÓGICA (ARISTÓTELES) - é uma Ética consequencialista.
·         A boa ação se deve medir pelas consequências.
·         O fim da ação é o que determina todo o agir.
·         O fim último e mais importante é a felicidade.
·         Todos os homens se devem reger por esta finalidade.
·         Teleologia significa o “estudo do fim” (“teleos” significa fim; o fim da ação).
·         Em uma ação concreta, o mais importante não é saber se a intenção é boa, mas sim se teve boas consequências.
·         Por isso se diz que é uma Ética do Concreto (normativa), que diria como se deve atingir a felicidade e como se deveria ajudar a velhinha a passar a estrada.
·         Para ARISTÓTELES, o ser humano deve procurar o fim adequado à sua natureza (Humana) e esse fim é a virtude e a felicidade.
·         Nos atos humanos devemos procurar agir em equilíbrio de maneira a não prejudicar os outros.
·         Um ato virtuoso é um ato equilibrado que não peca por defeito nem por excesso.
·         Assim, a coragem excessiva pode levar à morte e a covardia pode resultar da mesma forma.
·         Neste caso a ponderação da ação com vista ao fim que se deseja é a melhor das ações, sendo o meio-termo a melhor solução.
·         Em Ética e segundo este autor, no meio é que está a virtude.