“Em cada solução encontramos uma nova pergunta.”
- Usar um método científico, que era usado
basicamente para entender os objetos, para interpretar também as pessoas,
criando assim a ciência do homem.
- O filósofo acreditava que se explicarmos:
v o que;
v como são as pessoas;
v qual a essência da natureza
humana; explicaremos também todas as outras ciências.
- Isso acontece porque todas as ciências, como a
matemática e a física, estão relacionadas diretamente com as pessoas, pois a
própria razão, que é o fundamento da matemática e da física, faz parte da
natureza humana.
DAS SENSAÇÕES AS IDEIAS
- Tudo o que temos em nossa mente é resultado das
nossas sensações.
- Nossas ideias são percepções, mas existem diferenças
entre o sentir e o pensar:
v o sentir está relacionado às
nossas sensações mais vivas, mais recentes e que nos marcam mais.
v o pensar está relacionado às
ideias, que é uma percepção mais fraca.
A ORIGEM DAS IDEIAS
“Nada é mais livre que a nossa imaginação.”
v as ideias são como imagens
que com o tempo vão perdendo cor e definição.
v as ideias dependem das
sensações, nós só temos ideias de algo depois de percebermos esse algo.
v não existem ideias inatas,
ideias que nascem com as pessoas.
MEMÓRIA E IMAGINAÇÃO
“As pessoas reclamam da falta de memória, mas não da falta de
entendimento.”
- As ideias simples que temos através das sensações
podem se relacionar e se transformar em ideias complexas através da memória e
da imaginação.
- As ideias simples se associam em ideias complexas
principalmente através:
·
da semelhança;
·
da proximidade no espaço e no tempo;
·
da relação de causa e efeito.
EXEMPLOS I
Ø Quando olhamos uma fotografia
lembramos uma pessoa, pois a imagem da fotografia é semelhante à pessoa.
Ø Quando pensamos em comida
podemos pensar logo depois em geladeira, supermercado ou restaurante, pois
geralmente a comida está próxima destes lugares.
Ø Quando pensamos em gol pensamos
em alguém que chutou uma bola, pois o chutar a bola é a causa e o gol o efeito.
RELAÇÕES DE CAUSALIDADE
“A natureza é sempre maior que a teoria.”
- A relação de causa e efeito não pode ser
conhecida a priori, pois ela depende da experiência.
- Nenhuma pessoa quando for posta frente a um
objeto do qual não conhece absolutamente nada vai poder raciocinar sobre ele,
para que isso aconteça essa pessoa vai ter que experimentar o objeto e
descobrir quais são suas causas e efeitos para somente depois poder criar sobre
ele ideias
e conceitos.
A FORÇA DO HÁBITO
“O hábito é o nosso grande guia.”
- Quando observamos algo repetidamente temos a
tendência a acreditar que esse algo vai acontecer sempre, essa tendência
torna-se um hábito.
- Através do hábito nós estabelecemos relação entre
os fatos, mas isso não quer dizer que essa relação é necessária.
- Não é porque sempre vimos o sol se levantar toda
manhã que necessariamente ele se levantará amanhã.
- Para Hume essa relação de necessidade existe nos
eventos práticos da nossa vida, mas não existe como uma justificação racional e
filosófica.
- O filósofo acredita que o que chamamos de experiência
e realidade
nada mais é do que um conjunto de ideias e sensações, mas não existe algo que
una essas percepções.
SOBRE A PERENIDADE DO SER
“O gênio está próximo do louco.”
- Não existe:
v uma subjetividade constante;
v não existe um eu contínuo;
v autoconsciente;
v idêntico.
- Não existe um princípio de identidade permanente
onde cada um de nós pode dizer esse sou eu.
- Nós somos algo parecido com um teatro móvel e
anônimo onde são representadas sensações e ideias.
A MORAL
“Seja filósofo, mas não se esqueça de ser homem.”
- A moral é derivada mais dos sentimentos do que da
razão.
- A razão pode até apoiar a moral com algumas
orientações, mas o fundamento da moral são mesmo os sentimentos e
especificamente os sentimentos de:
v dor (vício);
v prazer (virtude).
- A virtude provoca prazer e o vício a dor.
EXEMPLO II
Ø Quando estamos diante de uma pessoa virtuosa sentimos um prazer
característico, e o contrário acontece quando estamos diante de alguém com
vícios.
Ø A virtude nos provoca o elogio, e o vício a censura.
MORAL E RELIGIÃO
“A ignorância é a mãe da devoção.”
- A moral não é o fundamento da religião.
- A religião não fundamenta nem é fundamentada pela
razão ou pela ética.
- A religião:
v nasce do instinto;
v e os deuses surgem por causa do medo que temos da morte;
v e as crenças surgem da nossa inquietação com o nosso fim;
v determina, em grande medida, a nossa existência antes da morte.
SENTENÇAS:
- A beleza não está no objeto, mas na mente do
observador.
- Afirmações extraordinárias exigem provas
extraordinárias.
- O auto-domínio da mente é limitado da mesma forma
que o domínio do corpo.
- O homem é o maior inimigo do homem.
- O trabalho e a pobreza são o destino da maioria.
- A razão é escrava das paixões.
- Um milagre é a violação das leis da natureza.
- Um erro é a mãe de outro.
EXERCÍCIOS
1. “Embora nosso pensamento pareça possuir esta liberdade ilimitada,
verificaremos, através de um exame mais minucioso, que ele está realmente
confinado dentro de limites muito reduzidos e que todo poder criador do
espírito não ultrapassa a faculdade de combinar, de transpor, aumentar ou de
diminuir os materiais que nos foram fornecidos pelos sentidos e pela
experiência.”
(HUME, David. Investigação acerca do entendimento humano. Trad. de Anoar
Aiex. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 36. Coleção Os Pensadores.)
De acordo com o texto, é correto afirmar que, para
Hume:
a) os sentidos e a experiência estão confinados
dentro de limites muito reduzidos.
b) todo conhecimento depende dos materiais fornecidos
pelos sentidos e pela experiência.
c) o espírito pode conhecer as coisas sem a
colaboração dos sentidos e da experiência.
d) a possibilidade de conhecimento é determinada
pela liberdade ilimitada do pensamento.
e) para formar as idéias, o pensamento descarta os
materiais fornecidos pelos sentidos.
2. “Para Hume, portanto, a causalidade resulta apenas de uma regularidade
ou repetição em nossa experiência de uma conjunção constante entre fenômenos
que, por força do hábito acabamos por projetar na realidade, tratando-a como se
fosse algo existente. É nesse sentido que pode ser dito que a causalidade é uma
forma nossa de perceber o real, uma idéia derivada da reflexão sobre as
operações de nossa própria mente, e não uma conexão necessária entre causa e
efeito, uma característica do mundo natural.”
(MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 1997. p. 183.)
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre
causalidade em Hume, é correto afirmar que
a) a experiência prova que a causalidade é uma
característica do mundo natural.
b) o conhecimento das relações de causa e efeito
decorre da experiência e do hábito.
c) a simples observação de um fenômeno possibilita
a inferência de suas causas e efeitos.
d) é impossível obter conhecimento sobre a relação de
causa e efeito entre os fenômenos.
e) o conhecimento sobre as relações de causa e
efeito independe da experiência.
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