(Ensaio Poético Sobre o Carnaval)
Por: Claudio Fernando Ramos, fevereiro 2013. Cacau “:¬)
O carnaval está entre os mais ansiados momentos de toda natureza humana. Momento singular em que as diferenças entre o público e o privado ficam sensivelmente estreitadas, ficando muitas vezes, irreversivelmente abaladas. Mas, ao contrário do que pensam, os mais conservadores e até mesmo alguns foliões, a quimera reinante nesses “loucos”, curtos e intensos dias, dias em que os sonhos e as fantasias serão anfitriões de todos, não serve como forma de negação da realidade. Ao contrário, nesses momentos fugidios da vida, o que se busca, mesmo que de forma inconsciente, é o definitivo banimento da hipocrisia, dos medos e das formalidades excessivas (verdadeiros grilhões da alma). A manutenção de toda uma existência dentro desses conhecidos, mas, quase sempre desprezados padrões de comportamento, será mais uma vez, por algumas horas que seja, posta em xeque. Bem lá no fundo, tudo o que se quer é trocar uma persona (máscara) rígida, cara e feia, por outra bem mais flexível, barata e bonita (fantasia). Se, mais essa tentativa for bem sucedida (mais um carnaval), nós teremos e veremos os momentos mais “lúcidos” de toda essa frugal existência. Lembre-se: o homem sempre foi, exatamente, aquilo que ele mesmo, o tempo todo, nega e esconde. Protagonista de sua própria tragédia, a sociedade é constituída de homens mascarados, homens que só conseguem se livrar da absurda fantasia da vida, vestindo outra, a fantasia do carnaval! Cacau “:¬)
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