(Ensaio existencialista)
Por: Claudio Fernando Ramos, 23/02/2013. Cacau “:¬)
Quando a angústia, produto da liberdade, da finitude e da incerteza, assolava-lhe a alma, causando apatia e esterilidade em seu ser; encaminhava-se para o terraço, no fundo de sua casa. Ali, envolvido pelo frio da madrugada, por um longo período mirava o céu negro pontilhado por longínquas estrelas. Tentava fazer de seus olhos um potente telescópio; gostaria de ir o mais longe possível no seu perscrutar solitário. Tentar fazer de um de seus órgãos instrumento de sondagem, o tornava semelhante aos pensadores materialistas / mecanicistas: “só existe o corpo e o movimento”. Aflito, balbuciava palavras, talvez uma espécie de oração, um clamor desencontrado e desconexo, um protesto de dor inaudível... Tudo inútil! Cansado, com frio, com sono e, talvez, um pouco mais cético do que antes, retonava para seu quarto. Entendia como, mas nunca soube o porquê. Sempre sentiu uma gritante saudade de algum lugar na vastidão do espaço; lugar que desconfiava nunca ter conhecido, e que, certamente, nunca iria conhecer. Cacau “:¬)
Lindo esse texto. Parabéns, sábias e belas palavras que desfrutam do significado de questionar-se.
ResponderExcluirEsse texto é produto da dor gerada por um filme que assiti (Expresso para o Inferno). Fui tão longe, mesmo sem que do lugar tenha saído. Cacau ":¬)
ResponderExcluir