sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

SIGNIFICADO



(Ensaio existencialista)

Por: Claudio Fernando Ramos, 23/02/2013. Cacau “:¬)


 Quando a angústia, produto da liberdade, da finitude e da incerteza, assolava-lhe a alma, causando apatia e esterilidade em seu ser; encaminhava-se para o terraço, no fundo de sua casa. Ali, envolvido pelo frio da madrugada, por um longo período mirava o céu negro pontilhado por longínquas estrelas. Tentava fazer de seus olhos um potente telescópio; gostaria de ir o mais longe possível no seu perscrutar solitário. Tentar fazer de um de seus órgãos  instrumento de sondagem, o tornava semelhante aos pensadores materialistas / mecanicistas: “só existe o corpo e o movimento”.  Aflito, balbuciava palavras, talvez uma espécie de oração, um clamor desencontrado e desconexo, um protesto de dor inaudível... Tudo inútil! Cansado, com frio, com sono e, talvez, um pouco mais cético do que antes, retonava para seu quarto. Entendia como, mas nunca soube o porquê. Sempre sentiu uma gritante saudade de algum lugar na vastidão do espaço; lugar que desconfiava nunca ter conhecido, e que, certamente, nunca iria conhecer. Cacau “:¬) 

 

2 comentários:

  1. Lindo esse texto. Parabéns, sábias e belas palavras que desfrutam do significado de questionar-se.

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  2. Esse texto é produto da dor gerada por um filme que assiti (Expresso para o Inferno). Fui tão longe, mesmo sem que do lugar tenha saído. Cacau ":¬)

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