Por: Claudio Fernando Ramos, 24/03/2013. Cacau “:¬)
“Um pouco de filosofia leva a mente humana ao ateísmo, mas a profundidade da filosofia leva-a para a religião”. (Francis Bacon)
Espero que essa máxima de F. Bacon sirva para explicar parte de minha postura, enquanto docente, em sala de aula. Pois, mesmo confirmando e reafirmando minha fé em Deus o tempo todo, vivo a discursar como se fora um cético. Obviamente isso gera uma enorme confusão na mente dos mais incautos; porém, não sou o único responsável por essa dicotomia. A filosofia, como não poderia deixar de ser, tem a sua cota de responsabilidade.
Devido a sua enorme complexidade e extensão, contrapondo-se aos míseros segundos de que dispomos para ministrá-la, a filosofia não goza do privilégio da familiarização. Nós crescemos: ouvindo ou contando histórias...; localizando e sendo localizados...; somando, multiplicando, dividindo...; vendo, ouvindo e falando...; sendo visto, tocando e sentindo... Como podemos perceber: a História, a Geografia, a Matemática, as Linguagens, a Biologia..., sempre estiveram presente, de uma forma ou de outra, na vida das pessoas. Mas, e quanto a Filosofia? Por esse tempo, por onde ela andava?
Como tenho dito ao longo de minhas aulas, principalmente para os alunos de cursinhos: a filosofia é uma intrusa em meio a esse universo pragmático; é algo extremamente inútil, se observada somente do ponto de vista do utilitarismo. É cansativa, pois para além do simples pensar, que para muitos já constitui esforço dantesco, a filosofia tem como meta conduzir-nos à reflexão, ou seja, o pensamento deve ser “treinado” a pensar-se. Como se essas coisas não bastassem, a filosofia é algo extremamente difícil, pois, por possuir uma natureza radical, busca, incessantemente, pela raiz de todas as coisas existentes. Por isso, demonstra pouco ou nenhum interesse por todas as coisas que não subjazem a aparente bondade, beleza e certeza dos fenômenos.
Portanto, se em um primeiro momento a filosofia só se prestar a arte de desconstruir (daí o nascimento do ateísmo), normal. Porém, em havendo paciência, dedicação e, principalmente, espanto; ela não te decepcionará; mesmo sem possuir a verdade, ela sempre tem algo significativo a dizer. Aos perseverantes ela costuma revelar a sua mais significativa prerrogativa: a arte, o privilégio e a humildade de duvidar de si mesmo. Quando isso acontecer de forma absoluta, Francis Bacon passará a ter toda razão, pois só nos restará o conforto, mesmo que incoerente, da fé. Cacau “:¬)
Interessante. Creio que nem ao menos no conhecimento filosófico superficial eu cheguei...rs
ResponderExcluirNa verdade passei pelo ateísmo, mas não foi tão legal quanto parecia.
A vida angustiante continua a me rasgar desde a pele até a alma, de forma brutal. Espero pela morte.