sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

TODOS TIVERAM MÃE, SÓ ALGUNS (PRIVILEGIADOS) TIVERAM AMIGOS!

Por: Claudio Fernando Ramos, 02/01/2015. Cacau “:¬)


Ouço, desde a minha mais tenra idade, as pessoas fazerem a cerca do amor materno, os mais efusivos comentários: como amor de mãe não há igual; amor de mãe é para sempre; amor de verdade só existe um: o de mãe; etc, tec, etc...


Bom, ao escrever essas linhas, nesse despretensioso aforismo, nossa intenção não é a de negar, de forma alguma, a incontestável importância desse tipo específico de amar e ser amado; mesmo porque, mal ou bem amados, todos tivemos mãe!


Porém, existe um tipo específico de amor que volta e meia nos chama atenção; sendo mais específico, estamos falando sobre o Amor de Amizade!

Se tentarmos compará-lo (Amor de Amizade) com essa outra forma específica e maravilhosa de amar (Amor Materno), todos (com raras exceções) seremos unânimes em preferir este em detrimento daquele.

Por que somos sempre céleres em fazer isso?

Certamente o laço sanguíneo (de sete a nove meses no interior de alguém), a dependência (física, emocional e psíquica), a educação (formal e informal), a religiosidade (principalmente, não unicamente, o marianismo católico-romano) e as normas sociais (autoridade tutorial) deram suas contribuições.

Todavia, aquilo que serve como legitimação dessa forma de amor (Materno) também pode ser utilizado como argumentação oposta!

Vejamos, se, situação hipotética, o Amor Materno não tivesse a seu favor todos esses expedientes que acima citamos, ele ainda assim, teria a força que tem?

Dificilmente!

É verdade que o Amor de Amizade mais parece um homem forasteiro (a) que chega sem dizer nada e logo ocupa significativo espaço no interior do coração do outro; entretanto, é exatamente isso que o torna interessantíssimo, digno de nota nesse aforismo despretensioso. Ele não possui auxílios, e, pior ainda, é posto à prova o tempo todo: Deus me proteja dos amigos, pois dos inimigos cuido eu; amigo de verdade nunca falha; se ele fosse seu amigo não teria feito isso; amigo de verdade é isso ou aquilo outro; etc, etc, etc.

Como deixamos transparecer no início, não possuímos a pretensão de provar, negar, valorar e desvalorar coisa alguma! Quanto mais amor melhor, sejam eles: maternos, paternos, amizades ou divinos; todos são bem vindos! Só não podemos deixar de render tributo ao Amor de Amizade. Amor esse que sem possuir a maioria dos predicados presentes e tão necessários nas outras formas de amor, consegue elevar-nos da condição de seres singulares e solitários que somos, nos fazendo, gentil e voluntariamente, interagir como se tivéssemos nascidos para sermos um corpo e não um ser.


Por último devemos trazer viva na mente a seguinte sentença: todos têm mãe, só alguns (privilegiados) têm amigos! Cacau “:¬) 

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