Agostinho
cria e tenta resolver problemas filosóficos pensando em si e nos seus dilemas e
inquietudes morais e intelectuais. O que ele expôs como filosofia e teologia
foram geralmente respostas para questionamentos seus. As suas investigações têm
como centro a próprias características morais e intelectuais.
O
objetivo de Agostinho é conhecer a alma, ou seja, a sua própria interioridade e
para isso ele tem que passar pelo conhecimento de Deus. Ele busca desvendar os
mistérios da fé e esta é o fim das suas inquisições, mas a fé é também uma
exigência e guia para que as investigações sejam feitas.
A
fé é um antecedente necessário da filosofia de Agostinho e para ele a fé é a
percepção de ter sido tocado de alguma forma por Deus. Essa percepção além de
mudar a forma de pensar muda também a forma de viver. A filosofia é um meio
para melhor pensar, para melhor compreender a fé. Mas a fé não se coloca no
lugar da inteligência, a fé incentiva a inteligência, o pensamento é também
condição para que exista a fé. O conhecimento também não elimina a fé, esta se
torna mais forte através da inteligência. A fé procura e a inteligência
localiza e descobre.
Agostinho
busca conhecer Deus e a alma, mas para ele essa busca é uma só, pois Deus se
faz conhecer no interior da alma. Para conhecer Deus devemos conhecer a nossa
alma. É em nossa interioridade que devemos tentar encontrar Deus. Se não
buscarmos a nós mesmos, ao mais profundo de nós mesmos, não encontraremos Deus
e não vamos conhecê-lo.
Além
de Deus ser amor, Deus é a condição para que exista o amor. Para que possamos
conhecer o amor de Deus temos que estar amando as outras pessoas. A esse amor
aos homens Agostinho chama de amor fraterno ou caridade cristã. Amar a Deus é
algo natural e intrínseco à natureza humana, pois somos imagens de Deus nosso
criador que é a verdade eterna e a verdadeira eternidade.
Deus
é o criador de tudo que existe no tempo, mas ele é criador também do tempo. O
tempo começou com a criação, antes dela não existia tempo e Deus está fora do
tempo, pois é eterno. Em Deus não existe passado ou futuro, ele é imutável e um
ser imutável como Deus vive um eterno presente.
Para
Agostinho o tempo do homem é medido pela alma e para nós existe um passado e um
futuro porque somos seres mutáveis e não podemos viver em um eterno presente. O
passado é uma memória guardada na alma e o futuro é a alma que espera os
acontecimentos. O presente é um constante deixar de ser tanto do futuro como do
passado, é uma intuição. Existem, portanto três tempos presentes, o presente do
passado, o presente do presente e o presente do futuro. Esses três tempos
encontram-se em nossa alma.
O
mal em Agostinho é o amor por si mesmo e o bem é o amor por Deus. Os homens que
vivem para amar Deus formam a Cidade de Deus e os homens que vivem para amar a
si mesmo formam a Cidade dos Homens. Na cidade de Deus vive-se segundo as
regras do espírito e na cidade dos homens vive-se segundo as regras da carne.
As duas cidades vivem mescladas uma com a outra desde que iniciou a história da
humanidade e assim ficarão até o fim dos tempos. Cada ser humano tem que se
questionar para saber a qual das duas ele faz parte.
Deus
não criou o mal. Agostinho acreditava que um ser em que só pode residir o bem
não pode ser o criador do mal. Tudo que existe é bom e o mal é a ausência desse
bem, é a ausência de Deus. Deus nos concedeu o Livre-Arbítrio, que é a nossa
capacidade de decidir conforme nosso entendimento, e é dele que vem o mal. Deus
nos criou independentes para que pudéssemos decidir por nossa vontade e através
de nossa liberdade escolher o bem e não o mal. Quando o homem escolhe o mal ele
se afasta de Deus.
Sentenças:
- Ame e faça
o que quiser.
- Se não
existir caridade não existe justiça.
- A suspeita
é o veneno da amizade.
- Quem se
casa está bem, quem não se casa está melhor.
- O mundo é
um livro e quem não viaja lê somente uma página.
- Quem canta
reza duas vezes.
- Com
caridade o pobre é rico, sem caridade o rico é pobre.
- Errar é
humano, continuar no erro é diabólico.
- A
ignorância é a mãe da admiração.
- A medida
do amor é amar sem medida.
- Os ociosos
caminham lentamente e por isso os vícios os alcançam.
- Dai-me a
castidade, mas não agora.
- No
interior de todo homem existe Deus.Disponível em: http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=42.
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