HOBBES E O PODER ABSOLUTO DO
ESTADO
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Imaginem vivermos na seguinte situação: temos o
direito a tudo, “[...] a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio
poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou
seja, de sua vida; e, consequentemente, de fazer tudo aquilo que seu próprio
julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a esse fim”.
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Quais as consequências da vida com essas
características?
ESTADO DE NATUREZA
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Para Hobbes no Estado de Natureza a guerra de todos
contra todos é que vigora.
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Ela é consequência óbvia da disputa infindável entre
os seres humanos.
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É um Estado de matança permanente.
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Nas palavras de Hobbes,“o homem é lobo do próprio
homem”.
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Qual a solução encontrada para essa situação?
O CONTRATO SOCIAL
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Segundo Hobbes, a criação do contrato social é uma
solução artificial para da sociedade política,para a situação de guerra em que
vivíamos no Estado de Natureza. Para criá-lo o indivíduo teve que transferir
seu poder de governar a si próprio para um terceiro – o Estado – para que esse governasse
a todos, impondo ordem, segurança e direção à conturbada vida social.
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Hobbes defende, diferentemente de Aristóteles, que
o homem não é sociável por natureza. É exatamente por isso que o ser humano
precisa estabelecer algo artificial (não natural), a saber, o contrato social.
O medo e o desejo de paz levam os indivíduos afundar um estado social e a
autoridade política, abdicando de seus direitos em favor do soberano.
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Qual a característica do poder legítimo resultante
do acordo? Que tipo de soberania o pacto garante? Para Hobbes o poder do
soberano deve ser absoluto, isto é, ilimitado. A transmissão do poder dos
indivíduos – pelo pacto social – deve ser total, caso contrário, corre-se o
risco de cair no Estado de Guerra (Estado de natureza)novamente.
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-Julgar sobre o bem e o mal, o justo e o injusto;
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-Ninguém pode discordar dele, pois tudo o que o
soberano faz é resultado do da autoridade concedida a ele pelos súditos;
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-Se não há limites para a ação do governante, não é
sequer possível ao súdito julgar se o soberano é justo ou injusto, tirano ou
não, pois é contraditório dizer que o governante abusa do poder: não há abuso
quando o poder é ILIMITADO.
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O absolutismo que ele defende é do Estado: uma vez
instituído não pode mais ser contestado.
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O poder do Estado é exercido pela força, pois só a iminência
do castigo pode atemorizar os indivíduos.
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Por isso Hobbes afirma: “Os pactos sem a espada não
são mais do que palavras”.
ARANHA, Maria
Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à
Filosofia. São Paulo: Moderna. 2009. BAKER, Ann;
BONJOUR, Laurence. Filosofia: textos fundamentais comentados. Porto
Alegre:Artmed. 2010. COTRIM, Gilberto e
FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva. 2010. HOBBES, Thomas. O Leviatã. Lisboa: Imprensa Nacional. 2002.
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