Lamaçal de Paixões
Por: Claudio Fernando Ramos, Natal-RN 03/01/2013 Cacau “:¬)
A vida é boa! Não, definitivamente, a vida não é boa! Para uns a vida é boa, para outros nem tanto! Sentenciam as pessoas. Quanto a mim, pouco sei sobre isso, mas permito-me a seguinte reflexão: a vida é como um samba de raiz composto, tocado e cantado sob a luz do luar! Assim como na vida, não faz o menor sentido questionar a temporalidade, a autoria, nem o espaço geográfico onde isso se deu. É só a vida! É só o samba! Nossos velhos conhecidos.
Entendam esse “só”! Pois, longe de simplificar e diminuir, ele distingue, reconhece e valora.
Porém, a vida, tanto quanto o samba, está acima do bem e do mal. Todavia, forçoso nos é reconhecer que o mesmo já não ocorre com os que apenas existem, nem, do mesmo modo, com os que somente batucam.
De divinos, descemos para a humanidade; da humanidade, lançamo-nos no abismo da animalização. Essa performance diante da vida, encontra paralelos diante da música (nesse caso em particular: o samba): dos sambistas nasceram os pagodeiros, e destes, os embusteiros. Como podemos concluir: todos os que estão no mundo de fato existem, mas não há garantia alguma de que vivam. Do mesmo modo, todos os batuqueiros intitulam-se sambistas, mas não há sonoridade alguma que os possa redimir.
Lendo e ouvindo minhas críticas sobre os pagodes da vida, alguns pensaram e outros me disseram:
- Se achas o pagode e seus derivados ruins, por que vais?
Se essa pergunta fizesse algum sentido para mim, certamente a utilizaria em minha vida cotidiana; porém isso teria implicações necessárias. Todas às vezes que alguém questionasse a vida em minha presença, por uma questão de coerência, eu teria que proferir, para o meu interlocutor, a seguinte sentença:
- Se algumas vezes achas a vida ruim, por que ainda teimas em viver?
Moral da história:
A vida e o samba têm sentido próprio e todo particular; porém a nossa miséria maior reside em não atinarmos com eles, por isso nos revolvemos em um pegajoso e infindável lamaçal de paixões.
Se o que escrevi não tem importância, ou não faz o menor sentido para você, está tudo bem! Afinal de contas, só estou filosofando. Cacau “:¬) Rsrssrsrssrsr...
claudio sou seu aluno no cdf e gostaria de saber se esse foi o texto da sua palestra?
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