sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A PROFESSORA PUGILISTA



(crônica da vida real)

Por: Claudio Fernando Ramos, 22/08/2014. Cacau “:¬)



Segundo o filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650), nada é “isonomicamente” mais bem distribuído no ser humano do que a razão. Em outras palavras, nenhum homem pode arvorar-se, regozijar-se ou lamentar-se por, supostamente, possuir mais ou menos razão. Para Descartes, nesse ponto, mais do que em qualquer outro, somos iguais.

É uma pena que eu não consiga utilizar a mesma teoria quando relembro minhas experiências escolares passadas. As virtudes, bem assim como as vicissitudes que experimentei me tocaram e marcaram de forma singular. Deveria ter havido um equilíbrio; uma espécie de compensação; mas não houve. O remédio que cura também pode matar e vice-versa.

É notória a tendência humana de esquecer-se das coisas positivas da vida, sem que com tudo consiga ou até mesmo queira, agir do mesmo modo para com as coisas negativas. E, nesse particular, não me vejo fugindo à regra.

Em um determinado dia, da minha já distante adolescência, minha professora de geografia, que versava cheia de propriedade sobre questões políticas e econômicas, formulou uma determinada questão sobre os proprietários de instituições financeiras no Brasil. Durante alguns segundos, de forma tácita, fitou enigmaticamente a assistência, dando a entender que sua pergunta não fora retórica. Eu, que nunca soube aprender em silêncio, impostei a voz e, muito seguro de mim mesmo, respondi:

- Banqueiros!

O olhar que antes era para todos, agora se tornou exclusivamente meu; triste fortuna a minha. Mesmo não gozando de maturidade suficiente para saber distinguir uma forma específica de olhar, de outras tantas possíveis, pude notar um quê de desprezo na forma como fui contemplado. Em seguida, semelhantemente a um boxeador bem treinado, ela desferiu um JAB (golpe preparatório para uma seção de outros golpes):

- Não se diz banqueiro!

Numa arrasadora sequência de golpes, recebi um Gancho (golpe desferido na linha da cintura), dois CRUZADOS (o alvo é a lateral da cabeça do adversário), um poderoso UPPER (desferido de baixo para cima no queixo) e, para finalizar, um demolidor DIRETO (golpe frontal no rosto):

- Banqueiro é coisa de contraventor do jogo do bicho!

Sem esboçar nenhuma atitude de misericórdia, ela desviou o olhar, deu-me as costas e prosseguiu com seus comentários sobre política e economia.

Por não possuir nenhuma experiência na arte de boxear, não me foi possível esquivar dessa enxurrada de golpes. Fiquei ali estendido, meio grogue, junto às cordas do ringue, ouvindo a contagem regressiva de um indiferente e imaginário juiz.

Hoje, já tendo passado vários anos do ocorrido, me refiz completamente do nocaute sofrido. Até me permito ironizar o fato. À distância nos permite sorrir de tudo aquilo que por vezes nos fez chorar; bendito seja Cronos! Mas, como diz o ditado: quem apanha nunca esquece! Cacau “:¬)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

OS CONTRATUALISTAS

Adaptado por: Claudio Fernando Ramos, 21/08/2014. Cacau ":¬)



INTRODUÇÃO

PERÍODO - Durante o período entre os séculos XVI ao XVIII surgiram correntes teóricas que visava refletir e tentar explicar como provavelmente se deu a criação do Estado, como a sociedade se comportava antes deste e quando os indivíduos sentiram a necessidade de sua criação.

O CONTRATO - Os pensadores desta corrente filosófica tinham como base que o Estado havia sido criado por meio de um suposto contrato social. Entre os contratualistas mais famosos estão Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau.

IDEIAS E CAMINHOS - Apesar de que todos os três acreditavam que o Estado havia se formado a partir de um contrato social, existem algumas divergências no pensamento de cada um em relação ao caminho tomado para a consolidação do pacto.

THOMAS HOBBES (1588–1679)

OBRA - Em sua obra “Leviatã” discorre sobre o estado de natureza, o contrato social que os indivíduos tiveram necessidade de firmar e o governo soberano.

ISONOMIA INICIAL - Para Hobbes, os homens no estado de natureza são todos iguais, até mesmo o mais forte não possui a garantia de poder sobre os demais. Possuem, ademais, a mesma inteligência, entretanto devido à vaidade humana (requisito comum a todos) cada indivíduo se sente e se considera mais inteligente que o seu semelhante.

A LEI DO MAIS FORTE - Para Hobbes, quando dois homens desejam a mesma coisa e esta não pode satisfazer a ambos, e como estes se sentem possuidores de inteligência e capacidade de possuí-la, tornar-se-ão inimigos e irão intentar de todas as formas, cada um a sua maneira, se sobressair em relação ao outro.

INSEGURANÇA JURÍDICA - No entanto, apesar do confronto entre iguais, um indivíduo nunca sabe o que seu semelhante está pensando ou planejando, o que gera insegurança e receio em relação a uma eventual tentativa de ataque.

GUERRA TOTAL - Logo, na visão de Hobbes, os seres humanos no estado de natureza estão sempre supondo o que o outro pode estar planejando fazer contra o seu semelhante. A insegurança em relação à possibilidade de uma atitude hostil leva ao ataque seja para vencer o outro ou como meio para se defender de uma possível agressão. Está declarada a guerra de todos contra todos.

O HOMEM HOSTIL (caçador de si) - Hobbes não acredita em uma natureza boa do homem, pelo contrário, ele é egoísta e egocêntrico não sentindo nenhum prazer na convivência com os seus demais.

A DISCÓRDIA E SUAS RAZÕES - Hobbes afirma, aliás, que existem três causas que provocam discórdia entre os homens:
- competição;
- desconfiança;
- glória.

O HOMEM LIVRE - A liberdade do homem enquanto no estado de natureza gera guerras, conflitos e instabilidades ao passo que este se vê livre para fazer o que deseja visando a realização dos seus interesses particulares.
O FIM DA LIBERDADE - Os indivíduos sentem então a necessidade de um pacto social e para que este pacto se formule é necessário que todos abram mão de sua liberdade e dos direitos que possuíam no estado de natureza.

O SOCIAL COMO UMA NECESSIDADE - O pacto social é formado para garantir paz e segurança aos indivíduos em troca da sua liberdade e direitos. É um pacto de submissão ao passo que todos transportam ao Estado todo o poder visando garantir a segurança.

O ABSOLUTISMO - Outro aspecto do contrato é a escolha de um suserano, este deverá possuir poderes ilimitados tornando-se assim o Estado do povo.

O ESTADO E SUAS FUNÇÕES - Cabe ao suserano garantir a paz e a segurança dos indivíduos e para que isto seja cumprido satisfatoriamente é necessário que seu poder seja total e ilimitado. Pois se fosse limitado haveria alguém para julgar se o suserano estava sendo justo ou injusto se tornando, este que julga, o possuidor do poder pleno.

OBEDECER OU NÃO OBEDECER? - O poder deve ser absoluto e o suserano deve manter temerosos os súditos para que obedeçam ao seu poder máximo. Entretanto, quando o escolhido para governar deixa de cumprir o dever de proteger um determinado indivíduo este prejudicado não precisa mais lhe dever sujeição, contudo aos outros não é permitida a escolha de se rebelar, pois o suserano ainda os protege.

PIOR QUE A LEI, SÓ A SUA AUSÊNCIA -  Na verdade a não necessidade do cumprimento de sujeição é escolha do suserano, que não mais confia no súdito, destituindo dele a obrigação de sujeição. Para Hobbes o pior que se pode acontecer é um eventual retorno ao estado de natureza.


JOHN LOCKE (1632–1704)

OBRA E PERSPECTIVA - Difere consideravelmente da teoria de Hobbes. Locke em “Segundo tratado sobre o governo civil” acredita que os homens no estado de natureza viviam em relativa harmonia e paz.

PROPRIEDADE COMO JUSNATURALIMO - Nesse momento, os homens eram dotados de razão e tinham sua propriedade. Propriedade para o autor, em uma primeira acepção, significava: vida, liberdade e bens. A segunda acepção de propriedade faz relação aos bens móveis adquiridos pelos indivíduos.

PROPRIEDADE PRIVADA - Para o pensador a terra é um direito comum a todos, já que, foi dada por Deus e a partir do trabalho o homem a torna sua propriedade privada. Sendo esta terra sua, ele atribui um direito próprio excluindo todos os outros de possuí-la.

O SOCIAL COMO NECESSIDADE - O estado de guerra para Locke se dá a partir do momento em que há uma violação da propriedade privada fazendo-se necessário a criação de um contrato social.

O CONTRATO E SEU PROPÓSITO - A finalidade principal do contrato era proteger a propriedade privada e preservar os direitos que cada um possuía no estado de natureza.

FIM DA LIBERDADE, NÃO DAS ESCOLHAS - Este acordo, para Locke, levou os homens a unirem e estabelecerem livremente o que ele vai chamar de “contrato de consentimento” diferentemente do “contrato de submissão” denominado por Hobbes. Formado o estado civil através do contrato é necessária a escolha da forma de governo.

O GOVERNO IDEAL - A forma de governo é instituída por voto majoritário visando àquela que melhor se adéque às condições necessitadas pelos indivíduos.

PRIMAZIA LEGISLATIVA - Escolhida a forma de governo, é necessário ter conhecimento sobre qual será o poder legislativo e o poder executivo e federativo, que serão subordinados ao primeiro.

RISCOS DE UM GOVERNO DESPÓTICO - Entretanto, se o executivo e o legislativo violam a lei estabelecida e coloca a proteção da propriedade privada em risco, torna-se um governo tirânico.

ESTADO DE ANOMIA - E a consequência desse poder tirânico é o retorno para o estado de guerra. O estado de guerra atribui aos cidadãos o direito de resistência, ou seja, o direito dos indivíduos se rebelarem por meio da força contra este estado civil.

JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712–1778)

OBRAS - Em suas duas obras “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” e “O contrato social” discorre na primeira sobre a criação do pacto social, que para ele foi um pacto injusto, e na segunda propõe como poderia ser feito o contrato na medida em que todos fossem beneficiados.

NATUREZA AMORAL - No “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” Rousseau diz que os homens no estado de natureza são amorais, não tem conhecimento do que é bom ou mau, entretanto não conseguem ver seu semelhante sofrer.

DA LIBERDADE PARA A SERVIDÃO - Não fala como se deu o processo do estado da natureza para a sociedade civil, entretanto, afirma que o pacto social foi injusto, já que, iludidos pelo discurso de homens ambiciosos, homens grosseiros e inocentes perderam sua liberdade natural para a servidão. Ou seja, os indivíduos abriram mão da sua liberdade em troca do trabalho, da servidão e da miséria.

DA LIBERDADE NATURAL PARA A CIVIL - No Contrato Social, Rousseau propõe condições de possibilidade de um pacto legítimo, ao mesmo tempo em que, os homens, ao abrirem mão da sua liberdade natural, não se submetam à servidão, pelo contrário, que ganhem em troca a liberdade civil.

OBEDECER A SI MESMO - O corpo soberano surgido após o pacto possui condições de elaborar as leis, já que, é um agente ativo e passivo das mesmas. Há na concepção de Rousseau uma relação de liberdade e obediência e, ademais, uma prevalência da vontade geral sobre a particular.

VONTADE GERAL, NÃO PARTICULAR - O corpo administrativo do Estado, seja qual for, deve ser um órgão limitado pelo povo soberano, deve ser submisso à população. Rousseau defende que este corpo administrativo tem que ser limitado, pois a vontade particular é um perigo para a população, visto que a vontade particular visa seus próprios interesses, logo a vontade geral tem de vigiar e combater esta.

DEMOCRACIA DIRETA - A representação política não deve estar no nível de uma soberania. Na verdade Rousseau deseja no lugar de uma democracia representativa, uma democracia direta aos moldes das antigas Roma e Grécia.

PODER OUTORGADO - Haveria apenas um representante que colocasse em prática as leis criadas pelo povo soberano.

SOCIEDADE, UM “MAL” IRREVERSÍVEL - Rousseau não crê em um retorno ao estado de natureza, pois o ser humano já perdeu a sua bondade e a pureza, infiltrado cada vez mais dentro da sociedade moderna.

CONCLUSÃO E PECULIARIDADES

São notáveis as várias diferenças nas teorias dos três contratualistas.

HOBBES - acredita em um ser humano egoísta e competitivo por natureza.
LOCKE - crê que o homem só se torna cruel no momento em que há a violação dos seus bens.
ROUSSEAU - pensa que o indivíduo é amoral, não suporta ver seu semelhante sofrer, entretanto perde sua inocência ao passo que se integra cada vez mais na sociedade.

O contrato social também possui visões díspares.

HOBBES - os homens entram em acordo para firmar o pacto visando garantir segurança e paz, abrindo mão de todos os seus direitos e liberdade.
LOCKE - acredita que o contrato é firmado para preservar os direitos naturais e a propriedade privada.
ROUSSEAU - não vê o pacto social como uma saída eficaz, pois faz o homem perder sua liberdade e se tornar servo.

Um possível regresso ao estado de natureza.

HOBBES - acredita ser inconcebível um retorno ao estado de natureza, já que, o súdito não tem o direito a se rebelar contra o suserano, contudo não descarta a possibilidade de isto acontecer.
LOCKE - propõe que este se dá através do surgimento de um estado tirânico que coloca a preservação da propriedade privada em risco.
ROUSSEAU - não acredita em um retorno ao estado de natureza.

adaptado de: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgKigAL/resumo-sobre-os-contratualistas-locke-hobbes-rousseau .

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

“Conhecimento é poder!”



Por: Claudio Fernando Ramos, 11/08/2014. Cacau “:¬)


Hoje se comemora uma data de singular importância!
Muitos não a tratam dessa forma por conta do total desprezo que os veículos de comunicação deitam ao momento.
Na medida em que não se encontrou ainda uma forma de relacionar o dia do estudante aos apelos comercias de consumo diário, a data tende sempre a passar em brancas nuvens.
Vemos aí, mais uma vez, a velha questão do útil e do inútil; a vida reduzida ao miserável e estéril pragmatismo.


Segundo Aristóteles, ser feliz é buscar aquilo que é próprio da sua natureza, e nada é mais adequado ao homem do que ser pensador, em outras palavras, vivenciar o exercício pleno de sua racionalidade.
Esse mesmo homem é, provavelmente, o ser mais frágil do universo; porém, leva enorme vantagem sobre a natureza, uma vez que só ele tem consciência da sua existência.

Na chamada Revolução Científica (séc. XVII), Francis Bacon (1561-1626) fala sobre o óbvio, o poder que emana do conhecimento. É certo que nesse mundo há poderes e poderes, mas nenhum deles merece mais destaque do que o citado pelo filósofo inglês no início desse texto. A qualidade da existência humana depende enormemente do adequado cultivo dessa inexorável verdade. Mais ainda, sem esse poder especial não poderíamos nos ver nem nos dizer humanos. Lembrem-se nossa humanidade nunca foi inata, ela é culturalmente construída!

Por isso declaramos, nesse momento tão ímpar:
- aos que, por um motivo ou por outro, abandonaram os estudos: retornem com a maior celeridade possível.
- aos que, com pouco ou nenhum ânimo, encontram-se em sala de aula: despertem com alegria redobrada para esse admirável mundo novo.
- aos que, com empenho, garra e comprometimento buscam incansavelmente o saber, nunca esmoreçam.


O país, o mundo e, acima de tudo, a vida precisam de vocês!

Um feliz dia do Estudante!!!!! Cacau “:¬)

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

EVOLUÇÃO NÃO É RELIGIÃO!



Texto extraído da Net.
 http://m.theweek.com/article/index/265653/why-you-should-stop-believing-in-evolution

Você não precisa fazer um teste em um site de curiosidades qualquer para saber se é parente de Napoleão ou de Jack, o Estripador. Eu posso te dizer agora: você é.



Todas as pessoas da Terra são relacionadas com, digamos, um rei africano, um arquiduque medieval ou um criminoso vitoriano notório. Na realidade, somos todos relacionados uns com os outros: todos os seres humanos compartilham pelo menos um ancestral comum, sendo esse ancestral Eva, Adão ou qualquer outra criatura.



Na verdade, se olharmos o suficiente para trás, além de sermos todos parentes, também somos parentes de todas as outras espécies vivas, incluindo as plantas e animais que “assassinamos” para comer todos os dias.



A humanidade, afinal, é apenas um ramo na grande árvore da vida, e há um ancestral comum entre eu, você e todos os seres da Terra.

 Apesar de a teoria ter sido proposta por Darwin em 1859, a evolução é algo que existe desde sempre e a geologia, a biologia, a antropologia, a datação por carbono e cada osso de dinossauro já encontrado proporcionam uma enxurrada ininterrupta de evidências que a comprovam.



Simplificadamente, o que sabemos é que: Genes, armazenados em cada célula, codificam as características dos seres vivos, como cor dos olhos, susceptibilidade a doenças e um zilhão de outras coisas que fazem de você, você;



A reprodução envolve a cópia e a recombinação desses esquemas, o que é complicado, e erros acontecem;



Os erros (mutações) são repassados no código genético para gerações futuras, como uma mancha em uma fotocópia que passará a existir em todas as cópias posteriores;

Este código modificado pode (mas não sempre) produzir novas características em gerações sucessivas: um dedo extra, sangue mais fino, perna maior etc;



Quando essas novas características são vantajosas (pernas longas em gazelas, por exemplo), organismos sobrevivem e se reproduzem a uma taxa mais elevada do que a média, e quando são desvantajosas (crânios frágeis em pica-paus), os organismos sobrevivem menos e se reproduzem a uma taxa mais baixa.



Isso é apenas uma ideia geral do que significa “evoluir”, que não é sempre sinônimo de “melhorar” no que diz respeito à biologia, e sim de se “adaptar”.



Conforme características vantajosas se tornam a norma dentro de uma população e características desvantajosas são eliminadas, cada tipo de criatura gradualmente se transforma para melhor se encaixar em seu ambiente.



Isso tudo acontece a um ritmo incrivelmente lento, o que torna difícil para as pessoas de compreender intuitivamente. Quando você só vive o suficiente para ver três ou quatro gerações – quase nada em termos de evolução -, quaisquer pequenas mudanças geracionais, como a humanidade ficar marginalmente mais loira ou mais alta, são diminuídas por diferenças nos membros entre qualquer geração.



Mas a evolução não precisa ser sempre lenta. A natural é, mas a artificial não. Nós fazemos “evolução” o tempo todo. Você já viu morangos em estado selvagem? São coisas tão pequenas que mal a vemos, a não ser que você seja um pássaro ou uma abelha. Nós criamos morangos para serem grandes e gordos permitindo que somente as sementes dos maiores e mais gordos morangos de cada geração se reproduzam. De forma semelhante, manipulamos quase todos os outros alimentos “naturais” que comemos hoje.



Os cães são ainda outro exemplo de evolução artificial: nós inventamos o cão, começando com os lobos e acelerando o processo natural da evolução através da seleção de reprodutores com características desejáveis, acentuando traços particulares em populações sucessivas. Poodles, rottweilers, labradores – são todos arte dos seres humanos, que usaram manualmente o mecanismo da evolução.



Você pode achar incrível, estranho, divertido ou mesmo impossível – não importa. Aconteceu, acontece e vai continuar acontecendo.



 “Acreditar na evolução” não existe. A evolução existe, e você não precisa acreditar nela para isso.



Por que você tem dentes caninos afiados? Um apêndice? Pelo em seus braços? Se o seu corpo foi projetado para seu uso atual, há muita ineficiência em jogo, não? Se parece que estamos em processo de nos tornar menos “bestiais”, digamos assim, é porque estamos.



Então, se alguém lhe perguntar: “Você acredita em evolução?”, isso não é bem uma pergunta. É como questionar: “Você acredita em azul?”.



Fingir que a evolução é uma questão de fé pode ser uma maneira inteligente de jogá-la em uma falsa dualidade contra a religião.



Ninguém que acredita em Deus ou qualquer outro ser questiona a existência das cores, da gravidade e de milhares de outros fenômenos físicos ou científicos de maneira geral. Por que questionar a evolução, então?



Pior, por que condená-la, enquanto comem seus morangos e levam seus cães para passear todos os dias?



Não há nenhuma razão para que as pessoas de fé rejeitem as montanhas de dados e evidências sobre a evolução. Conciliar é fácil: acredite, se você quiser, que Deus estabeleceu as regras da evolução entre as suas maravilhas, junto com as leis da física, da probabilidade e de tudo o mais que podemos ver e medir por nós mesmos.